O estado fusional é um fenômeno natural que ocorre nos primeiros meses de vida, onde a ligação emocional entre mãe e bebê é profunda e simbiótica. Durante os primeiros nove meses de gestação, o bebê vive em harmonia com a mãe, e essa conexão emocional continua mesmo após o nascimento, quando o cordão umbilical é cortado.
Compreendendo o Estado Fusional
O que a mãe sente, o bebê também manifesta. Por isso, é comum observar como o comportamento do bebê se altera em dias em que a mãe está mais cansada ou estressada. Esse estado de fusão emocional traz desafios, mas também oferece uma oportunidade de crescimento pessoal e desenvolvimento emocional.
À medida que o bebê cresce, ele começa a expandir sua fusão emocional para além da mãe, incluindo brinquedos, o ambiente e outros cuidadores. Essa transição é fundamental para o desenvolvimento da autonomia, que se intensifica por volta dos dois anos, quando a criança começa a expressar seus desejos de forma mais clara, como ao mudar de “João que água” para “eu quero água”.
O Desafio da Adaptação
É normal que a criança, em ambientes novos, inicialmente busque a proximidade da mãe antes de interagir com outras crianças e animações. Esse processo de adaptação leva tempo, pois a criança precisa reconhecer os novos sons, movimentos e rostos ao seu redor.
Culturalmente, algumas sociedades respeitam essa transição de fusão, proporcionando um período de quarentena em que a mãe e o bebê são apoiados pela comunidade. Nesses contextos, observa-se uma menor incidência de choro nos bebês, que são cercados por amor e cuidado.
O Papel da Rede de Apoio
O cansaço materno é uma realidade universal, mas o suporte da rede de apoio é essencial para que mãe e bebê encontrem equilíbrio. Essa rede não apenas permite o cuidado mútuo, mas também regulariza ritmos naturais no corpo, promovendo saúde e bem-estar. O instinto materno flui de forma mais natural, seja na amamentação ou na hora de dormir.
É crucial encontrar um equilíbrio, não apenas com a maternidade, mas também em relação ao uso da tecnologia. Embora a tecnologia possa conectar as pessoas, seu uso excessivo pode trazer prejuízos. Devemos garantir que a tecnologia trabalhe a nosso favor.
A Importância do Apoio Social
Estudos têm mostrado que a disponibilidade de uma rede de apoio favorece a responsividade materna, beneficiando mães, crianças e casais a curto e longo prazo. Um estudo longitudinal realizado por Oakley acompanhou 509 famílias ao longo de sete anos, revelando que aquelas que receberam apoio social durante a gestação apresentaram melhores resultados em saúde, como menos casos de baixo peso ao nascer e menos hospitalizações.
Em resumo, o estado fusional é uma fase crucial para o desenvolvimento da criança, e a construção de uma rede de apoio pode fazer toda a diferença nessa jornada, garantindo que mães e bebês sejam acolhidos e cuidados de maneira adequada.